Desde o dia 06/04 eu comecei a sentir os famosos enjoos, mas nada me fazia crer que era um bebê chegando. Pensei primeiro em ressaca imediata, depois em infecção intestinal, verme, refluxo se agravando, tantas possibilidades, mas nenhuma parecia satisfatória.
Quando contei pra mainha, ela logo desconfiou, "filha você não está grávida?", mas a conjuntura da cidade (greve de policiais e muito risco nas ruas) não me permitiram comprar o teste naquela segunda-feira. Foram mais 02 dias de enjoos até eu decidir que precisava comprar um Dramin e um teste de gravidez, enfim compramos num passeio de família cheio de risadas e chocolates.
Já em casa na solidão do banheiro resolvi acabar com o mistério e fazer o exame. Foram exatos 03 segundos para o meu coração disparar e eu achar que aquilo era mentira! Afinal meus hormônios estavam desregulados e eu não podia engravidar de acordo com minha ginecologista. Li e reli a bula daquele teste umas 10 vezes (sem exageros desta vez) e era fato, dois risquinhos e o resultado era positivo!
Saí do banheiro ainda em pânico para dar de cara com a platéia que me esperava (marido e filhas emprestadas) e quando eu disse "o teste deu positivo", sei que eles tb não acreditaram, mas quando eu disse "é verdade!" mostrando os dois tracinhos só lembro de ouvir gritinhos infantis e meu marido dizendo "Parabéns mamãe!".
Pera!
Como assim "MAMÃE???!!!!"
A notícia logo foi espalhada para as devidas avós e titias, mas toda vez que eu ouvia "parabéns!", eu pensava "como assim parabéns?! Parabéns de quê?! Eu ganhei um presente?!". Um misto de riso nervoso com um susto muito grande me invadiu durante todo o dia e sei que neste dia a ficha ainda não tinha caído.
Ser mãe sempre foi um desejo infantil pra mim e ter minhas duas filhas emprestadas e aborrecentes em convivência já haviam me dado aquele gostinho de ser mãe, mas ter um bebê dentro de mim foi tão, tão, tão inesperadamente desesperador!!!!
Embora o susto ainda não tivesse passado, o suporte, carinho e atenção do meu marido foi maravilhoso e decisivo neste momento. E minha última recordação desta linda quinta-feira é ter dormido com as mãos no ventre conversando mentalmente com aquele pequeno ser que estava (está) dentro de mim.
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